De acordo com um estudo recente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) realizado em parceria com o Datafolha, a porcentagem de brasileiros que investem em produtos financeiros se estabilizou em 37% em 2023. Esse estudo, que já está em sua 7ª edição, reflete não somente o comportamento dos investidores, mas também as tendências para o ano de 2024.
O panorama dos investidores nacionais varia significativamente entre as classes econômicas. As classes A e B apresentam uma participação de 55% no mercado de investimentos, contrastando com apenas 20% das classes D e E. A classe C mantém-se alinhada à média nacional, com 38% de seus integrantes investindo em produtos financeiros.
Qual é o favorito dos brasileiros?

A caderneta de poupança continua a ser o investimento mais popular, apesar de uma leve queda na participação tanto geral quanto entre investidores específicos entre 2022 e 2023. No último ano, 68% dos investidores e 25% da população total escolheram a poupança como sua principal forma de investimento.
Essa preferência pela poupança reflete a busca por segurança e liquidez, mesmo que o rendimento não seja dos mais atraentes. Muitos brasileiros preferem manter suas economias em um local onde tenham fácil acesso, mesmo que isso signifique um ganho menor a longo prazo.
Outros investimentos em voga
Entre outras opções de investimento, temos os títulos privados, que atraem 5% da população total e 13% dos investidores. Fundos de investimento seguem com 4% da população total e 12% dos investidores. Moedas digitais, uma tendência crescente, captam 4% da população total e 10% dos investidores.
Investir em ações também é popular, mas em menor escala: 2% da população total e 7% dos investidores optam por esta alternativa. Já o Tesouro Direto é escolhido por 2% da população total e 5% dos investidores. Contudo, o conhecimento limitado sobre esses produtos ainda afasta alguns potenciais investidores.
Os principais motivos para investir são variados e refletem tanto aspirações pessoais quanto estratégias de longo prazo. Entre os principais objetivos destacam-se a compra de imóveis (33%), a manutenção do capital aplicado (20%), realização de viagens (10%), aquisição de automóveis (10%), e a preparação para a aposentadoria (9%).
Cenário econômico atual
Um dos aspectos que dificultam o aumento da taxa de investidores no país é a instabilidade econômica. Com a inflação impactando o poder de compra, muitas famílias encontram dificuldades em reservar parte de suas rendas para investimentos. Para muitos, o desafio é equilibrar despesas básicas com a possibilidade de poupar ou investir.
Os elevados juros também impactam esse processo. Para aqueles que possuem dívidas, investir pode parecer inviável. No entanto, educar-se financeiramente e buscar alternativas com melhor rendimento pode fazer a diferença a longo prazo.
O que esperar para 2024?
O futuro do investimento no Brasil mostra sinais de otimismo. Para 2024, espera-se que 13% da população que ainda não investe venha a considerar alocar suas economias em produtos financeiros. No entanto, 13 milhões de atuais investidores planejam cessar ou mudar seus investimentos.
Este cenário sugere um aumento líquido, projetando que 41% da população brasileira estará investindo em 2024. Com o cenário econômico se estabilizando, é possível que mais brasileiros se sintam seguros para diversificar suas carteiras de investimento.
Além disso, a disseminação da educação financeira pode desempenhar um papel fundamental nesse crescimento. Tendências como a popularização das fintechs e a digitalização dos serviços financeiros tendem a tornar o processo de investimento mais acessível e descomplicado, incentivando novos investidores a entrar no mercado.
Educação financeira é essencial
A educação financeira tem se provado um alicerce para aumentar a parcela de brasileiros que decidem investir. Ações que visem instruir a população sobre a importância de poupar e investir de maneira informada são fundamentais para mudar o cenário atual.
Programas educacionais, tanto oferecidos por instituições públicas quanto privadas, podem ajudar a derrubar barreiras culturais e de conhecimento. Ensinar desde cedo, nas escolas, sobre como gerenciar finanças pessoais é uma estratégia que pode trazer resultados duradouros e engajar futuras gerações em práticas de poupança e investimento.
A importância da diversificação
Para os investidores, um ponto crucial que deve ser enfatizado é a diversificação da carteira. Não concentrar todos os recursos em um único tipo de aplicação pode minimizar riscos e maximizar retornos. A diversificação é uma prática essencial para equilibrar o portfólio diante das oscilações do mercado e garantir uma melhor saúde financeira.
Opções como Tesouro Direto, ações, fundos imobiliários, e até mesmo criptomoedas podem ser combinadas conforme o perfil de risco e os objetivos de cada investidor. A prática da diversificação ajuda a reduzir a vulnerabilidade a eventuais crises específicas de um setor ou tipo de investimento.

